Avanços do metaverso e blockchain demandam novos profissionais

Especialistas analisam que o avanço do metaverso e do blockchain demandará profissionais de diferentes áreas para aprimorar essas tecnologias. 

A plataforma de conhecimento em negócios, StarSe, aponta que as profissões ascendentes são voltadas para a competência de entender e criar avatares e as que exigem também habilidades em design e storytelling (contadores de história).

O chefe de inovação da StarSe, Cristiano Kruel, diz que “as profissões do futuro serão as mesmas de hoje, mas todas serão focadas no mercado descentralizado”.

Confira 8 profissões que devem se destacar com o avanço das tecnologias descentralizadas: 

  • Programadores

Com a função de construir redes descentralizadas e contratos inteligentes (códigos de software que gerenciam ativos digitais), os programadores também serão responsáveis por criar formas de fazer com que os jogadores continuem entrando no programa.  

É necessário que os jogos em blockchain, por exemplo, sejam otimizados frequentemente para que novos usuários entrem na plataforma e comprem suas criptomoedas, segundo Tatiana Revoredo, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). 

Pois, caso contrário, o rendimento de um determinado ativo digital pode até crescer, mas cairá e todo recurso colocado pelo usuário [para começar a jogar] poderá ser desvalorizado”, destaca.

  • Engenheiros de Software 

Oportunidades profissionais voltadas para a realidade aumentada (AR) e para a realidade virtual (VR) já estão em alta. Segundo a professora, durante a próxima década, as empresas vão demandar milhares de engenheiros de software que possuam habilidades nessas duas tecnologias para desenvolver a próxima plataforma de computação, software e aplicativos para o mundo virtual do metaverso. 

Para Revoredo, as habilidades necessárias estão além do conhecimento em informática. O profissional deverá também possuir familiaridade com tecnologias 3D interativas.

  • Desenvolvedor de redes móveis e fixas

As redes fixas e as redes móveis passaram por provação devido a necessidade de fornecer simultaneamente velocidades aperfeiçoadas e latência ultra-baixa e uniforme. Com a realização destes sistemas será exigido que a tecnologia seja otimizada.

De acordo com Caroline Dalmolin, head de growth plataform partnerships Latam da Meta, os desenvolvedores de redes terão o desafio de otimizar os sistemas de velocidade. 

  • Designers 

 Dentro no metaverso, haverá um conjunto diverso de atividades, como jogos, shows, compras, estudo, trabalho, entre outros. Essas funções deverão ser realizadas por profissionais capazes de projetar “experiências significativas” para os usuários, compreendendo suas necessidades, motivações e características, ressalta o professor da Anhembi Morumbi, Igor Hosse. 

O professor ainda destaca que o designer precisará entender o potencial das tecnologias atuais, como a realidade virtual, a realidade aumentada e a realidade mista, além de “outras que ainda estão por vir”.

Há também um outro espaço de atuação para o design: a governança no metaverso. Isso porque a tecnologia permite que os usuários interajam e participem da criação do mundo, inclusive dando opiniões e tomando decisões sobre o futuro de cada experiência.

E para ser possível, novas formas de governança deverão ser desenvolvidas [pelos designers] para que a comunidade se sinta engajada e participativa”, completa o professor.

  • Especialistas em Direito no metaverso 

O avanço da tecnologia possibilita novos modelos de negócios e, para acompanhar a inovação, muitas vezes a legislação precisa ser reformulada.

Os últimos anos têm marcado vários desafios para o mercado jurídico. À exemplo, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

Assim acontece com o metaverso, a medida em que avança, assuntos como blockchain, smart contracts, organizações descentralizadas (DAOs), NFTs e criptoativos começam a ganhar espaço para debate. 

Segundo Hosse, os especialistas da área de direito serão capazes de ajudar a criar um ambiente jurídico mais seguro e que estimulará a geração de novos negócios.

  • Gerente de produto e marketing 

 Com o objetivo de melhorar a experiência do usuário final, as organizações precisarão de profissionais gerentes de produto para testar e resolver falhas e impulsionar o desenvolvimento de produtos com múltiplas equipes de engenheiros e designers, indicam os especialistas.

Para a professora do Insper, os gerentes de produtos devem ser capazes de criar e executar uma campanha publicitária imersiva e interativa ou uma experiência que relacione o físico e o digital, 

Há cerca de 3.200 vagas publicadas na página de carreira da Meta e quase 2.400 são pra variados tipos de gerente de produto. 

  • Storytelling (contadores de histórias) 

De maneira oposta aos atuais “escritores” de videogames, os contadores de histórias no metaverso atuarão em um nível superior. Será de sua responsabilidade elaborar um enredo envolvente e convincente para diferentes gêneros de jogos e experiências, como ação, esporte, simulação, entre outros, afirma Tatiana.  

Conforme apontado pela professora, os contadores precisarão criar uma narrativa eficiente, que envolva uma compreensão profunda das emoções humanas, com o intuito de “realmente emocionar um determinado público”.

Para produzir a aparência de um jogo, podendo ajudar no desenvolvimento de melhores narrativas, os profissionais trabalharão ao lado dos programadores, designers e desenvolvedores. 

  • Segurança de Sistema e Cibernética 

Possuir profissionais que garantam a segurança de dados e a integridade das pessoas dentro de um mundo virtual compartilhado é fundamental para o metaverso, destaca a Head da Meta. 

A integração de diferentes ambientes reunirá uma quantidade considerável de dados e, portanto, se tornará atrativo para ataques cibernéticos”.

Segundo Dalmolin, também será essencial que as empresas se protejam e contem com profissionais especializados para corrigirem problemas o mais rápido possível. 

Fonte: CNN Brasil

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