Segurança da Informação e adequação à LGPD são para poucos na saúde no Brasil

Apenas um terço dos estabelecimentos de saúde contam com uma política definida sobre segurança da informação, sendo o percentual dos públicos (21%) menor em relação ao dos privados (cerca de 40%). Os dados são da pesquisa TIC Saúde 2021, realizada pelo NIC.br.

Entre as ferramentas de segurança, aquelas relacionadas à criptografia apresentaram maior aumento na comparação a 2019, a exemplo da criptografia de arquivos e e-mails, presentes em 52% dos estabelecimentos (contra 41% em 2019). Já a criptografia da base de dados avançou de 36%, em 2019, para 48% em 2021.

Realizada desde 2013, pela primeira vez a pesquisa incluiu indicadores sobre as medidas adotadas pelos estabelecimentos de saúde para adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). De acordo com os resultados, menos da metade implementou alguma das medidas pesquisadas. Entre as mais adotadas estão a disponibilização de canais de atendimento e interação com os titulares dos dados (38% do total) e a realização de campanha interna para conscientização sobre a LGPD (32% do total).

A LGPD entrou em vigor em agosto de 2020, e a coleta dos dados da pesquisa ocorreu no primeiro semestre de 2021. Os resultados indicam que os estabelecimentos de saúde ainda têm um caminho a percorrer em sua adaptação à nova lei”, afirma Alexandre Barbosa, gerente do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, Cetic.br, o braço de pesquisas do NIC.br.

Nuvem

Também pela primeira vez a TIC Saúde investigou o uso de novas tecnologias pelos estabelecimentos de saúde e verificou que o uso da computação em nuvem vai se tornando mais comum – embora significativamente mais no setor privado do que no setor público. O uso mais comum é de e-mail em nuvem (69%), seguido por armazenamento de arquivos ou banco de dados em nuvem (57%). Mas os resultados apontaram para uma grande disparidades entre a adoção de novos recursos tecnológicos pelos estabelecimentos públicos e privados, quanto ao uso de software e armazenamento de dados em nuvem – 17% públicos e 45% privados.

A análise de Big Data é adotada por um número ainda reduzido de estabelecimentos. Em um universo de 109 mil avaliados, apenas cerca de 4,2 mil se valem do recurso, sendo que destes, aproximadamente 3,6 mil são privados. Para essas análises são mais utilizados os dados dos próprios estabelecimentos, tanto os provenientes de fichas cadastrais, formulários e prontuários (76%) quanto os de dispositivos inteligentes e sensores (69%).

A pesquisa também indica que 4% dos estabelecimentos de saúde fizeram uso de Inteligência Artificial, enquanto 3% afirmaram utilizar aplicações de robótica. Todos esses recursos estão mais presentes nas unidades privadas. Entre as regiões geográficas, a Sudeste é a que apresenta maior uso de IA (6%) e robótica (4%)

De maneira geral, as práticas de telessaúde cresceram durante pandemia, conforme indicam os resultados da pesquisa TIC Saúde 2021. Passaram a estar mais presentes nos estabelecimentos a teleconsultoria (de 15%, em 2019 para 26%, em 2021), o telediagnóstico (de 12% para 20%), e o monitoramento remoto de pacientes (de 5% para 20%). Consultas remotas são realidade em 18% dos estabelecimentos de saúde, sendo 14% públicos e 22% privados.

A pesquisa ouviu 1.524 gestores de estabelecimentos de saúde localizados em todo o território nacional, entre janeiro e agosto de 2021.

* Com informações do NIC.br

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