ANPD define que transferência internacional de dados terá consulta pública em 2023

Uma nova consulta pública será divulgada em breve pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) que busca debater sobre as regras envolvendo a transferência internacional de dados. De acordo com Arthur Sabbat, diretor da autarquia, a ANPD visa dar sequência aos processos parados no órgão.

A informação foi destacada durante o evento Fórum Empresarial LGPD, que ocorreu na sede da Conexis Brasil Digital, no último dia 7 de agosto. Outro tópico que está estagnado é a publicação da regra que define o que risco relevante, dano e o guia que detalha o legítimo interesse. 

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O diretor da ANPD ainda reforça que também estarão “colocando para a sociedade um guia de anonimização. E também devemos trabalhar na parte de organizações religiosas, em como essas instituições devem trabalhar dados pessoais.”

A alta procura de setores, como o hoteleiro, pela ANPD levou a tomada de decisão. Na visão do dirigente, “estamos vendo como diversos setores usam dados pessoais. E isso tem levado a uma preocupação sobre o uso e tratamento de dados pessoais. Um desses setores é o hoteleiro. E esses dados são, por diversos dispositivos legais, compartilhados com intensidade. E o setor hoteleiro se preocupa bastante com isso.”

Proteção de dados e uso de IA

Outro tema foi destacado durante o evento: o uso da IA e a garantia da proteção de dados, assim como a necessidade de regulação da ferramenta. Na visão da diretora da ANPD, Miriam Wimmer, o assunto é extremamente importante, visto que o uso da inovação está influenciando as questões econômicas e os direitos fundamentais. 

 “Quando notamos esses impactos mais visíveis, temos processos de reflexão. E temos que nos perguntar: será que as normas que temos atualmente são suficientes? Eu diria que hoje existe muitos consensos sobre como regular a atual conjuntura tecnológica”, destaca Wimmer.

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É preciso ainda encarar o tema com mais firmeza, dando a ele a complexidade que merece. Ainda acredita que a criação de agências reguladoras para cada um dos assuntos não é interessante.

Para Miriam,” temos algumas questões bem simplistas. Você criar um ente regulador para cada tema, como desinformação, IA, cibersegurança, etc, acho que esse não é o mais produtivo. Temos dificuldades de coordenar muitos setores do governo. Há vários fatores que influenciam para que isso ocorra de maneira lenta.”

A ANPD divulgou recentemente duas notas técnicas sobre o tema, algo destacado por Miriam por ser uma contribuição da Autoridade. 

“Queremos contribuir para chegar a um bom modelo. Além disso, é importante dizer que a nota também se propõe a dizer que a ANPD é um órgão com diversas competências. Hoje estamos mais preocupados em trazer clareza sobre quem usa IA e também sobre o que está sendo colocado na legislação”, finaliza Wimmer. 

Fonte: Teletime 

Autor(a): Marcos Urupá 

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