O diretor-executivo do TikTok, Show Zi Chew, se reuniu com a Câmara dos Estados Unidos para debater sobre os perigos do aplicativo para a privacidade e segurança das crianças dos EUA.
A plataforma é hoje uma das mais utilizadas, com cerca de 150 milhões de usuários apenas dos EUA, e também oferece empregos a mais de 7 mil colaboradores do local. As informações foram dadas por Chew, através de um vídeo postado no último dia 21, que utilizou os dados para reforçar a não concordância com a proibição do aplicativo no país.
A empresa dona do TikTok, ByteDance, está sendo investigada pelas autoridades, visto que, supostamente a China teria tido acesso a dados pessoais dos titulares, informação negada pelo diretor-executivo.
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Com isso, revelou que a instituição realizará a transferência das informações pessoais dos norte-americanos para que possam ser encaminhadas para servidores do país.
Ele ainda entende “que haja preocupações decorrentes da crença imprecisa de que a estrutura corporativa do TikTok o torna dependente do governo chinês ou que ele compartilha informações sobre usuários dos EUA com o governo chinês. Isso é enfaticamente falso.”
“Deixe-me afirmar isso de forma inequívoca: a ByteDance não é um agente da China, nem de qualquer outro país“, pontuou.
Alguns dos questionamentos levantados foram:
- Segurança das crianças e dos adolescentes: foi informado que além da faixa etária revelada pelo usuário, a plataforma também utilizada um algoritmo que checa os conteúdos para entender se são menores de idade;
- Proteção das informações de cidadãos dos EUA: serão entregues para os EUA até o final de 2023;
- Espionagem: quatro colaboradores foram demitidos depois de entender que estavam acessando dados de jornalista sem o consentimento e aprovação;
- Controle do conteúdo: parlamentares afirmaram que a plataforma não controla vídeos violentos e ameaçadores, que são ruins para seus usuários;
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- Narrativas voltadas para o favorecimento do governo da China;
- Venda do aplicativo: o diretor-executivo afirmou que a transferência será o suficiente para resolver os pontos levantados pelas autoridades, e que a “a questão não era sobre propriedade”;
- Diferenças desse aplicativo para o aplicativo-irmão: o aplicativo Douyin não oferece conteúdos negativos quanto a versão utilizada pelo resto do mundo.
Durante a sessão, Chew também afirmou que três dos cinco membros atuantes do conselho da instituição são dos EUA e que diversos investidores, de países distintos, têm participação na empresa.
Servidores
As informações de novos usuários dos EUA ficarão guardadas em um servidor da Oracle, conforme destacou o diretor-executivo. No entanto, revelou que os dados antigos ficam nos servidores da ByteDance na Vírginia, EUA. Os que estão em Singapura serão encerrados devido à transferência.
Chew revela que “quando isso for feito, todos os dados protegidos dos EUA estarão sob a proteção da lei dos EUA e sob o controle da equipe de segurança liderada pelos EUA. Isso elimina a preocupação que alguns de vocês compartilharam comigo de que os dados dos usuários do TikTok podem estar sujeitos à lei chinesa“.
Históricos das redes dos EUA
O diretor-executivo não deixou de destacar que as plataformas criadas pelos EUA também passam por situações semelhantes às que o TikTok está sendo acusado.
“As redes sociais americanas não têm um bom histórico de privacidade de dados e segurança dos usuários. Olhe para o caso Facebook e Cambridge Analytica, apenas como um exemplo“, revelou.
Instituições como Câmara, Forças Armadas e Casa Branca já seguiram com a proibição do uso da plataforma em dispositivos oficiais, aqueles utilizados por figuras como políticos e por colaboradores da área.
Ações semelhantes foram desempenhadas por países como Canadá, Reino Unido e por outros países da União Europeia.
Fonte: G1