Primeira base de dados em saúde está sendo estruturada pela Amazon e Sírio-Libanês

O Hospital Sírio-Libanês e a AWS, sessão de computação em nuvem da empresa Amazon, se reuniram para conseguir criar a primeira base de dados voltada para a saúde do país. Conhecido como HealthLake, este sistema está sendo organizado para guardar dados de pacientes.

Com essa decisão haverá a digitalização e melhoria dos atendimentos. Também será possível obter resultados mais satisfatórios para a saúde populacional. A colaboração foi possível por conta do hub de inovação Alma Sírio-Libanês, uma criação feita com a intenção de internalizar o uso de tecnologias. 

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Diego Aristides é o superintendente de produtos digitais e inovação e possui responsabilidade sobre o projeto. A HelthLake busca ainda centrar as informações que estão presentes dentro da instituição, ainda que tenham sido geradas por fontes internas ou externas. 

Segundo Aristides, “a primeira coisa que o HealthLake potencializa é a pesquisa científica, pois os nossos pesquisadores passam a ter dados padronizados, facilitando e acelerando os achados. O segundo ponto é o suporte à decisão clínica, já que os nossos times de saúde, apoiados pela inteligência artificial, vão acelerar o cuidado com os pacientes, garantindo que o tempo deles seja gasto no cuidado, e não na tela do computador”.

O Open Health é utilizado como fundamento nesse caso, este que pode ser considerado um protocolo semelhante ao setor financeiro, o Open Finance. Com esse protocolo será possível que as informações dos pacientes, caso autorizadas, sejam enviadas de uma instituição a outra a fim de que sejam tratadas detalhadamente e que haja melhorias no sistema de saúde. 

Paulo Cunha, diretor geral para o setor público na AWS revela que “a tecnologia permite que o hospital Sírio-Libanês utilize seus dados para melhorar os resultados dos pacientes e a eficiência operacional. Com o Amazon HealthLake, será possível avançar na medicina de precisão, acelerar a tomada de decisões e oferecer uma abordagem mais personalizada de atendimento por meio de dados, inteligência artificial e machine learning.” 

O protocolo Fire tem sido um auxílio para a criação do banco de dados. Ele é considerado um padrão universal de comunicação, utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir a operação do Open Health. 

Esse envio de informações não costuma ser comum em outros centros de saúde, no entanto, acontece com instituições parceiras como startups aceleradas pela Alma.

Estaremos prontos para fazer a troca de dados entre instituições. Então, se o paciente quiser enviar informações captadas pelo seu relógio para o Sírio-Libanês, com o aceite de consentimento, ele vai poder. O mesmo vale caso ele queira mandar os dados daqui para outro hospital. Esse projeto é uma base estratégica para o que queremos alcançar”, destacou Aristides.

Investimento de R$ 200 milhões

Através do hub Alma, o hospital espera investir R$ 200 milhões nos próximos anos com a tecnologia focando nos especialistas da área da saúde e nos pacientes. Parte do valor é voltada para o projeto de ambulância 5G, um automóvel que seria conectado digitalmente. Essa ideia é estruturada de maneira conjunta com a operadora Tim e a consultoria Deloitte. 

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Este veículo é diferente dos outros, visto que o monitoramento e a divulgação dos dados de saúde acontecem em tempo real. Assim, quando um paciente estiver no hospital a equipe já estará preparada e com as informações iniciais, ajudando assim no atendimento e solução do caso. 

Essa nova estrutura está na divisão de saúde cardiológica sendo utilizada em acidentes vasculares cerebrais e em situações de infarto. Dentro da ambulância 5G há dispositivos de Oxigenação por Membrana Extracorpórea, visto como ECMO, que age como uma espécie de coração artificial inserido fora do corpo. 

Na visão de Diego, “essa tecnologia permite que o profissional que está dentro da ambulância cuidando do paciente consiga enviar todos os dados para o pronto atendimento e ainda fazer uma chamada de vídeo. Quando o doente chega ao hospital, os médicos têm as informações dos sinais vitais, do estado de saúde e, até, se ele está sofrendo um infarto. E isso tem um impacto muito grande no tratamento.”

No sentido da saúde digital, as instituições hospitalares possuem uma equipe de tecnologia profunda que visa obter resultados disruptivos. Esse time tem se desenvolvido para criar uma plataforma que receba dados gerados de relógios inteligentes de todas as marcas do mercado.

Temos uma enfermeira de cardiologia e um médico cardiologista trabalhando com o time de inovação para que se alcance o impacto necessário. O objetivo é chegar no cenário em que se envia uma ambulância para a casa do paciente porque se monitorou o eletrônico, seja smartwatch ou um monitor de pressão, e viu os sinais de alerta. Como a nossa ambulância é conectada, todo o translado do paciente é acompanhado. Estamos falando de uma saúde totalmente conectada”, revela Aristides.

Ainda finaliza destacando que hoje, nós temos empresas de saúde que usam tecnologia, mas, no futuro, serão empresas de tech que entregam serviços de saúde. Isso é histórico, se olharmos para outros setores, como bancos, varejo e agronegócio, é um movimento natural. “

A nossa missão é realmente impulsionar o Sírio-Libanês para que seja uma marca que vai continuar entregando o cuidado que sempre entregou nestes 100 anos de existência”, completa. 

Fonte: Infomoney 

Autor(a): Wesley Santana

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